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Mostrando postagens de março, 2015

Como combater a corrupção (sem Pinóquio)

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Os escândalos Petrobras, Lava Jato, etc., reacenderam o debate sobre a luta contra a corrupção na administração pública. Como esperado, as propostas resolutivas são caracterizadas pelo vício paternalístico a acreditar que teria que ser “alguém outro” a resolver o problema que “outros” criam ou varar novos “pacotes de leis” no Código Penal, que geralmente é a estratégia utilizada pela classe política para autoabsolver-se, sem atacar o sistema de subornos.  Melhor seria se a gente quisesse de verdade resolver o problema da corrupção, expondo também os próprios hábitos, como eficaz sinal de boa vontade, pelo menos, estudar quais são as receitas que tenham reduzido, embora nunca totalmente eliminado, a corrupção nos estados que ocupam os primeiros lugares no ranking da Transparência Internacional. Eu as li e o que emerge é o seguinte: Primariamente, se pode lutar contra a corrupção a partir do fundo, dando aos cidadãos as ferramentas para operar como "olhares cívicos...

Guia aos protestos 2015: objetivos, usos e consequências 

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Com certeza o fato que centenas de milhares de pessoas manifestaram a própria voz é um bom sinal de democracia, especialmente em um país onde ainda é imperfeita. Coerentemente, os ministros J. Cardozo (Justiça) e M. Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) disserem, em uma coletiva em Brasília, que o governo tem disposição em "ouvir as vozes das ruas e está sempre aberto ao diálogo”. Tomara. Para a democracia.  Porém os protestos não são uma novidade na história do país, como alguns gostariam marcar. A única verdadeira novidade se encontra na pauta dos protestos, que simplesmente não existe: impeachment? Corrupção? Crise econômica? Ou seja, de fato não existe nenhuma reivindicação político-social especifica, organizada e coesa, visada a um objetivo determinado, a não ser uma indiferenciada e desagregada rejeição ao PT, que, porém, ganhou as últimas eleições. Essa incongruência democrática chamou muito a atenção da mídia internacional, que destacou a matriz classista dos ...

Porque as mulheres bebem tanto?

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A porcentagem de mulheres que ingerem grandes quantidades de álcool tem aumentado pelo menos duas vezes mais rápido que entre os homens. Essa é a conclusão do último levantamento do Ministério da Saúde, que abordou o consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Para o MdS, consumo abusivo de bebida alcoólica é aquele que ultrapassa, para homens, cinco ou mais doses numa mesma ocasião em um único mês ou, para as mulheres, quatro ou mais doses. Preocupante é o aumento da “bebedeira” entre mulheres mais jovens. Um estudo que reúne dados de mais de 500.000 pessoas indica que mulheres com idade entre 21 e 23 anos são o único grupo cuja bebedeira aumentou. Muito preocupante. As diferenças físicas entre homens e mulheres desempenham um papel importante na maneira como o corpo processa o álcool. As mulheres têm mais gordura e menos água em seus sistemas, bem como níveis mais baixos de uma enzima importante na decomposição do álcool. Isso significa que elas experimentam os efeitos da bebida ...

Contra os bloqueios e contra a corrupção

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Com essa coluna quero dar voz a quem, que nem eu, é contra a corrupção, seja contra os bloqueios dos motoristas, conseguindo, com um mínimo de entendimento e equilíbrio emocional, dar-se conta que:  Corrupção, insatisfação política e reivindicações dos motoristas são questões que não têm pertinência, coerência e correlação direita um com o outro e associá-las ativamente à mesma causa, até chegar ao ponto de auto prejudicar-se, é algo, além do que dramaticamente “simplório”, profundamente perigoso para o sistema país e para a mesma instituição da democracia, e já explico porque:  Greve e motoristas : as reivindicações dos motoristas são assuntos técnicos específicos de uma categoria de trabalho. O valor do frete é um acordo empresarial dentro da dialética padrões-autônomos, baseada em lógicas de mercado. Os valores não subiram até agora porque a quantidade/oferta de pequenos transportadores autônomos aumentou muito, reduzindo obviamente o valor de mercado, seja porq...

Protestos, diálogo e regime

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Uma das características peculiares e fundacionais dos regimes é a falta de diálogo. Nos regimes não tem e não tem que ter diálogo. Esta “conditio sine qua non” se obtém e mantem através de medidas, quais a censura, repressão, perseguição, exclusão e assim por diante, sustentadas e fortalecidas de dimensões de valor e emocionais, quais conformismo, medo e moralismo. Os regimes constituem-se de um dúplice eixo: tem um lado social, que se manifesta em superfície nas organizações das dinâmicas de grupo, e um lado mais profundo, individual, que se vivencia em termos de rigidez ou abertura intelectual e/ou emocional. Me pergunto: quanto o Brasil é um regime e quanto uma democracia? Em que ponto do caminho dessa evolução estamos? Aliás, tem um caminho? Por exemplo: Lado social: os protestos dos caminheiros. As principais reivindicações são econômicas. Os sindicatos e associações dizem que o aumento no preço dos combustíveis reduz o frete, o valor pago aos caminhoneiros pelo tra...