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Mostrando postagens de junho, 2015

O casamento e a revolução do papa Francisco

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Começamos de um pressuposto: a célula constitutiva da nossa sociedade é a família. Isso é tão enraizado na história e nos neurônios da gente que se eu perguntasse para qualquer um de vocês quais são as coisas que mais “tem valor” na vida, com quase certeza você responderia: saúde e família. Não é verdade? E o que define e confere o reconhecimento de estado de família na nossa sociedade é o casamento. Mas o que é, de verdade, um casamento? Qual o seu significado? Quais as suas razões e funções culturais e estruturais para a manutenção da nossa ordem social, assim como a conhecemos e vivemos? Basicamente no momento em que, com o desenvolvimento da agricultura, da criação dos bichos, etc., os bens começam a ser acumulados, nasce a propriedade e o problema da sua transmissão por herança. Se tornou logo necessário, por isso, garantir que os filhos, que receberiam as propriedades (e o nome) dos homens produtivos pertencessem, sem sombra de dúvidas, a eles mesmos e não a outros homens,

Ensino supeior: que valor para o futuro?

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Porque inscrever-se a universidade? Por paixão para a disciplina a aprender? Para o prestígio social de um título? Para aspirar a salários mais elevados? Sem dúvida, o sistema de ensino no Brasil é uma das questões sobre a qual valeria mais a pena fazer uma pausa para refletir e discutir. Por exemplo, as universidades privadas, a partir dos anos '70, sob a moldura da Lei de Diretrizes de Base (LDB) de ’61 e da Reforma Universitária de '68, têm conhecido no Brasil três grandes ondas de expansão. Entre 60 e 80, o número de matrículas passou de 200 mil para 1,4 milhão, em um crescimento de quase 500% e no setor privado de mais de 800%. A Constituição de 88 reiterou o princípio liberal do ensino privado, libertando-o do controle do CFE (Conselho Federal de Educação) e desde aquele momento ao ’96, as universidades particulares, sob o controle de alguns grandes grupos estrangeiros dos quais 36 de capital aberto, triplicaram, até cobrir hoje o 75% do ensino superior em geral e

Crônica, sociedade e sentimentos

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Estupros de menores, mortos por acidentes, violência doméstica, roubalheira escancarada, e assim por diante. Todos os dias as notícias de crônica nos mostram duas realidades das atitudes humanas, quase evocando o terceiro princípio dinâmico da física clássica: de um lado, do que o ser humano tem capacidade a atuar; de outro de como o redor reage. Surpresa? Indiferença? Fascino? Atração? Rejeição? Apatia? Qual é o estado da educação das emoções e dos sentimentos com que nós e os nossos filhos reagimos a tudo isso?  A emoção é uma experiência pessoal, baseada sobre a sensação; é algo básico, individual: raiva, prazer, desconforto. O sentimento, diferentemente, é uma evolução da emoção por meio da ação do pensamento; algo que tem a ver com os outros: a compaixão, o reconhecimento, a gratidão, o amor. Portanto, ser capaz de ter sentimentos não é algo herdado, que se transmite geneticamente, mas é aprendido através da capacidade de reconhecer as emoções e orientá-las cognit

Além do câncer - O sorriso de Elisa

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“ Não. Hoje não. Hoje tem formatura. Não posso não ir. Não quero. Hoje quero viver ”. Assim reagiu Elisa Cristina Fritzen, jovem mulher de 30 anos, quando o médico, com olhar baixo e voz débil, comunicou para ela que tinha que começar imediatamente, bem naquele mesmo momento, a quimioterapia, senão não teria garantido mais do que um ano de vida. “ Como assim? Mais uma vez? O calvário não terminou quando, por um câncer, removeram meu útero em 2012, tirando-me o sonho de me tornar mãe? ” Mas essa vez não. O câncer não teria acuado ela. Elisa tinha amigos a esperando. Tinha pintado o lindo cabelo frondoso para chacoalhá-lo ao vento e ao ritmo da música. Queria dançar. Queria usar aquela camiseta que estava de olho faz tempo na loja em que trabalhava como vendedora e que, finalmente, tinha conseguido comprar. Amarela. A sua cor preferida. A que combina e destaca os seus grandes olhos claros, brilhantes e felizes como um dia de verão. Elisa, bem naquele instante, se deu

Amor por dinheiro e dinheiro por amor

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Vivemos uma época muito material. E o dinheiro não se limita a regulamentar o posicionamento social, mas também o afetivo. Especialmente aqui.  Mas nem todos tem uma boa relação com o dinheiro. Para algumas pessoas, por exemplo, gastar o dinheiro, para si ou para outros, pode ser uma fonte de angústia. Atrás da chamada "avidez", se pode na verdade esconder um distúrbio psicológico real.  O apego ao dinheiro tem raízes profundas, que aludem a necessidades infantis não satisfeitas que se tornam traumas nos adultos. Na base, há fortes sentimentos de sofrimento: o “pão-duro” pode ​​ter sido privado de algo menos material, mas muito importante para ele: o carinho.  Pode ter vivido em um ambiente familiar caracterizado pela frieza emocional, por regras e disciplina. Em tal clima, pode não ter tido a oportunidade de aprender o valor do dar, sendo este um valor que se adquire pela criança quando os pais aceitam e vivem o filho como dom, em primeiro lugar. Portanto se tor