O dom do presente
Hoje um pensamento simples, talvez óbvio, mas nunca banal. Ou, pelo menos, que nunca deveria se-lo, por distração ou indiferença. Nestes dias todos nós temos o coração cheio: de família, encontros, presentes e alimentos. Eu também estou viajando para isso: abraçar os afeitos, para o Natal, cujo significado é próprio “dom”. Mas cada vez, no avião, acontece sempre uma situação que me impressiona e dói. Talvez seja porque incluído no bilhete, as pessoas quase nunca recusam a bandeja de comida, mesmo que meixam pouco ou nada. E logo, como águias, chegam as aeromoças que, sem nenhuma cerimônia, jogam tudo fora, água e muita comida, mesma a longa validade e já embaladas. E o meu pensamento corre sempre para os problemas da fome, hoje mesmo atrozes. Cresci ouvindo as historias de guerra, cenas de terríveis de privação e humilhação. Um ex- prisioneira dos campos nazistas me contou de um homem, desprovido por causa da fome de qualquer esperança e humanidade, que perto dela matou ...