Sonhos Fechados-O legado Unoesc

Quantos de vocês tem sonhos? Fazer carreira? Ter filhos? Casar-se? Viajar? 
Um sonho é uma ambição em que você se espelha e se realiza. 

Desde que me conheço como gente sempre fui curioso: sempre gostei de aprender; entender a essência por trás de significados e comportamentos. 
Me lembro que já de criança, nas ferias na praia, enquanto os meus amigos descansavam depois dos almoços, eu ficava em baixo do guarda-sol lendo livros. 

Ler era algo natural; comum. Nós não tinham internet ou iPad e nem permissão ficar acordados para assistir televisão. As 21.00 todos pra cama com livro na mão. Desde 6 anos de idade. Os livros eram a nossa janela sobre o mundo. 
Me lembro que com 12 anos, na praia de Capri, com 40 graus de temperatura, li "Crime e Castigo” de Dostoijeski. Um tijolo russo de 600 paginas sobre como os sentimentos de culpa levam inconscientemente a boicotar a sua própria vida. Lá decidi estudar psicologia. 

Li e estudei por mais de 20 anos: graduação, mestrado, 4 pós e sei lá quantos congressos e seminários pelo mundo. Não menos de 4000 livros lidos.

Mas a sede de conhecimento leva, naturalmente, a uma outra sua característica  iminentemente: a ambição de transmissão de saberes; a busca para co-construção do conhecimento. 
Ou seja, ser professor. 

Tive a sorte de ser professor universitário na Suíça e de varias instituições na Italia. 
Desde que vim para SMO sempre tentei entrar na UNOESC para continuar esse sonho de ser professor. No 2013 propus um curso complementar de Psicologia Cultural. Foi aprovado. Estava tudo pronto para começar em agosto: plano de ensino, emendas, etc. Mas na beira de começar o curso dissolveu-se como uma bolha de sabão ao vento. Nunca soube porque. Mas na época, é uma hipótese justificativa, ainda não tinha o mestrado reconhecido. Mesmo tendo outros professores sem, isto poderia ter feito a diferença.

Nesses dias fiz o processo seletivo. Duas disciplinas. Uma, parecia bem propiciatória, bem sobre o especifico do meu mestrado que visa a operacionalizar a variável cultura seja na parte clinica (atendimentos) seja nas organizações e empresas. 

Propus assim de ensinar um instrumento pratico inovador, que se chama identikit cultural, que está se difundido na Europa nos últimos 10 anos e para as quais as empresas franceses estão investindo muito, que avaliza justamente a cultura como parâmetro de trabalho, permitindo assim de acelerar os processos diagnósticos e de intervenção, especialmente a respeito das mudanças e dos processos de adaptação e sucessão. 

Como os meus pacientes sabem, as minhas terapias são rápidas também graças a esse instrumento que favorece muito o entendimento das situações e fases. 

Mas nem essa vez deu. Enquanto a UNOESC de Chapecó me contratou já duas vezes e me propus outras disciplinas e a UNIVAL também me procurou por e-mail simplesmente vendo o meu currículo, nem essa vez consegui entrar em SMO. 

Não que seja um meu direito dar aula ou um dever da UNOESC me contratar mas, obviamente, essa ulterior reprovação gerou vários sentimentos em mim.

E aqui vem a razão desse texto. Como me sentir? 

Com raiva? A raiva é uma reação natural e primordial diante a frustração e quando não se entendem as lógicas que movem os acontecimentos. E eu não entendo.

Com desanimo? Até que uma pessoa pode desanimar-se diante os fracassos e as fechaduras. É infantil mas comum contar-se de não querer mais uma coisa quando não se consegue obte-la. 

Não. Nada de tudo isso. 
Escolhi sentir que ainda me falta alguma coisa para merecer de ensinar na Unoesc de smo. Que tenho que melhorar e quem ganhou, um jovem que já palestrou como externo para o curso de psicologia, tenha algo a mais a respeito da minha formação e que eu posso aprender. Desejo sorte e sucesso. 


E aqui destaco o ponto: as emoções que se sentem podem serem escolhidas. Não é verdade ou não é necessário que elas nos dominem. Somos nós mesmos que determinamos o que somos. Ë só uma questão de competência e exercício. que se pratica na terapia. 

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