Medo, terrorismo e residência a mudança

No ultimo programa Parla con Deny (todas as segundas as 20.00 horas na 103 fm e no facebook), abordamos o tema do terrorismo e da segurança publica. 

De fato estamos vivendo um época (eu diria a partir dos anos ’80), em que o maior produto cultural criado (pela gente), vendido (pelos mídias) e comprado (das populações) é o medo
Aquele medo que serve para o controle social e para o consumismo, ou seja aquele medo que te impede de ter otimismo e lutar para o futuro e te empurra a querer ficar fechado em casa ou na sua rotina, para sentir-se protegido e, ao mesmo tempo, sendo que tem passar o tempo e dar qualidade ao ficar parado, aquele medo que te empurra a comprar para sentir-se confortável e de sucesso, como se tudo isto fosse um destino natural e inevitável. O medo faz isso. Borrifa os mercados. 

Só que hoje, o medo já chegou aos níveis de terror. O que os contínuos ataques, as noticias econômicas e as escolhas políticas estão regando pelo mundo é o terror. 
Tudo o que difunde terror é o terrorismo

Hoje nós costumamos enxergar o terrorismo como basicamente terrorismo islâmico, baseado sobre um fundamentalismo e radicalismo ideológico-religioso fruto de uma diferença cultural. 

Mas o terrorismo não é uma novidade da nossa época e nem sequer uma exclusividade do mundo islâmico. É só pensar como já igreja católica foi terrorista durante a inquisição, assim como na militança esquerdista sul-americana da teologia da libertação. Mas não só. Vivemos um mundo repleto de terrorismo. é só pensar ao ETA basco, ao IRA irlandês, aos piratas da Somalia, as tigres do Tamil, ao Sendero Luminoso, as FARCS colombiana, etc etc. E a mais: é terrorismo os alarmes sobre as quedas das bolsas de valores, das crises dos bancos, do clima, do fim dos recursos naturais, das autarquias criminosas que tanto condicionam as políticas de segurança publica e de planejamento no desenvolvimento, etc. etc. 


E todo este terror, basicamente, vem ao mesmo tempo produzido, sequer não de maneira exclusiva, e reproduzido pelos mídias. Por silogismo lógico, são os mídias que criam de fato o verdadeiro terror. 

Agora. é obvio que os mídias destacam previdentemente o terrorismo de matriz islâmica, porque de um lado somos o alvo e do outro beneficiamos de ter um inimigo ideal para sentir-se bons em tudo o que somos, que temos e que fazemos. 

Hoje, como falou o Grover no programa, quando vemos um cara de pele escura, com barba cumprida e turbante, já ficamos atentes e alarmados. Mas como esclareceu o Parmigiani, sempre no programa, o islã é uma religião de paz e o islâmico não é terrorista, embora o terrorista seja islâmico. 

Mas para entender isso é necessário primariamente dispor-se ao dialogo a partir de uma vontade em entender as diferenças culturais: que não é algo fácil e simples e cujo escreverei no próximo artigo. 

Por enquanto pensem nisso: quid prodest? como diziam os latins. Ou seja, quem se beneficia de todo este medo? Com certeza as industrias dos remédios e das armas, que nunca venderam tanto. Mas também os políticos, que mesmo nos escândalos continuam sendo reelegidos. Sim, porque de fato, quando uma pessoa tem medo tem também, conjuntamente, resistência a mudança. E talvez é por isso que onde tem mais medo tem também mais resistência cultural aos psicólogos.

Medo e resistência a mudança são dois lados da mesma moeda. Mas assim renunciamos a um futuro de paz e feliz. 
Quid prodest?

Comentários

  1. Deny,

    Sobre o tema, é muito interessante o texto publicado pelo Ricardo Bordin em https://bordinburke.wordpress.com/2017/06/06/nao-o-problema-em-londres-nao-e-o-extremismo-islamico/

    Abaixo, segue trecho:

    "É improvável que o leitor, nos debates acalorados que se seguem às recentes e sucessivas chacinas protagonizadas por islamistas no Ocidente (mormente na Europa multiculturalista), nunca tenha ouvido alguma pessoa próxima de boa índole (e outras nem tanto) lançar mão do argumento de que “nem todo muçulmano é terrorista”.

    Só que o buraco é muito mais embaixo, na medida em que a doutrina islâmica não apenas vai na contramão dos costumes de nossa civilização calcada na moralidade judaico-cristã e nos valores derivados da liberdade individual, como também busca impor a outros credos as exigências de seu próprio código de conduta."

    Abraço,

    Arthur

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