Quer ou não quer ser feliz?
20 anos que trabalho como psicólogo e terapeuta com indivíduos, casais, famílias grupos e empresas e 20 anos que me reparo com comum e constante “vicio de raciocino” (leia-se preconceito) que de maneira automática vem, não apenas apresentado, mas também vivido, de todas essas pessoas e sistemas.
Estou me referindo a algo que tem a ver com a construção da ideia de felicidade.
Me acompanhem nessa leitura: muitas pessoas lutam ou se reassinam diariamente e constantemente aos propôs sofrimentos; isto é natural. É a nossa condição humana. Enquanto as pessoas sofrem, obviamente, não se sentem felizes. A maioria, se não quase a totalidade dessas pessoas, acredita que estes sofrimentos e/ou as razões que levam elas a sofrer sejam também uma fator causal que impede elas de serem felizes.
Bom. O ponto é que a felicidade é um estado do ser que não dá para ser planejado. Não é um sentimento ou uma emoção. De fato cada um de nós se dá conta de ser feliz somente e exclusivamente no momento em que se sente feliz: é um estado que te pega de surpresa; que pode vir em qualquer momento da nossa vida, inclusive o mais inesperado ou tardio, e que não dá para ser controlado. Podemos apenas nós entregar a ele. Portanto é algo que nós transcende. Em palavras simples, não depende de nós.
Mas ao mesmo tempo nós queremos serem felizes. Precisamos acreditar que podemos se-lo. Isto nós motiva; dá determinação e gasolina para acreditar e perseguir o nosso futuro.
Nós queremos serem felizes. Portanto, prestem atenção, é uma questão de vontade.
Então o que acontece? O que fazemos? Sendo que a única coisa que podemos fazer a respeito da felicidade é querer serem felizes, acabamos construindo uma serie de objectivos e desejos, ou seja coisas que queremos, porque nós contamos para nós mesmos que no momento quem que os alcançássemos ou satisfizéssemos seremos felizes.
Então sem nós dar conta, acabamos para associar a felicidade a objetivos alcançados, desejos satisfeitos ou conquistas superadas ou coisas possuídas.
Só que não.
A felicidade não á uma consequência de coisas que nós acreditamos que nós levem lá. A felicidade não vem depois dessa sequencia de desejos ou objetivos satisfeitos e alcançados; não vem depois como consequência de tudo isso.
A felicidade é um estado que precede tudo isto: que precede conquistas, desejos e objetivos. A felicidade não vem de fora pra dentro mas de dentro pra fora.
Só desta forma pode sentir-se.
A felicidade depende de nós. Vem de nós. E é a partir de nós que contagia o ambiente. é um estado do ser que se torna um estado de estar.
Finalizo com um ditado que aprendi no Tibete: “procurar a felicidade fora de nós é como esperar o amanhecer dentro uma gruta virada para o norte”.
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