Quanto podemos ser egositas para serem felizes?

O egoísmo é algo que caracteriza o ser humano. Também. Sobre isso não tem duvida. E não quero fazer julgamentos de valor. De um ponto de vista antropológico o egoísmo tem também a sua função positiva, no sentido adoptivo e evolutivo. Porém ciclicamente temos que nós parar e nós mesmos questionarmos a respeito da medida de egoísmo que estamos espalhando e permitindo em vários níveis: quanto estamos sendo egoístas e quanto egoísmo permitimos nas relações pessoais e sentimentais? Quanto nas comerciais e profissionais? Quanto no nosso grupo, ou grupos, em relação aos outros? Quanto a nossa mesma comunidade, no sentido de entidade, é egoísta em relação a cada um dos seus cidadãos? E o estado, o Pais, o mundo em relação aos outros estados, países e vidas humanas, mesmo dentro um processo histórico? Ao final estamos falando de pessoas. De cada um de nós. 

Qual é o ponto limiar, portanto, em que cada um de nós pode ser autorizado a ser egoísta, pensar em si mesmo antepondo-se aos outros, sem que essa atitude perda a sua conotação existencial positiva mas se torne negativa e opressora? 

Sempre costumo pensar (e dizer) que quanto mais as situações ou os problemas parecem complicados, intrigados e embrulhados, tanto a solução, na sua essência, apesar do que escondida, é simples. 

Portanto até que ponto o nosso egoísmo, o que de fato não pode faltar para serem felizes, pode auto autorizar-se? 

Eu acho que a felicidade de alguém, de qualquer um, inclusive a nossa, nunca pode incluir, aceitar ou até mesmo basear-se sobre a infelicidade de outra pessoa, de nenhuma que seja. A felicidade tem que ter Amor. Até chegar a renunciar a si mesma para não machucar; para não machucar ninguém que envolvemos nessa nossa condição. 

Penso a todos aqueles casais (e o casal é um dispositivo de convergência entre a dimensão pública e a intima) que ficam em pé porque a felicidade de um dos dois em ter um esquema resolvido a ser mostrado publicamente e para qual prestigiar-se perante a sociedade, obriga o outro a sofrer horrores dentro a esfera privada. 

Penso as relações entre os amantes, onde um dos dois está casado, constringindo o outro a profundas torturas existenciais de sonegação e desconhecimento quando um dos dois quer algo a mais e outro não. 

Penso aos empresários que não tem escrúpulos a explorar pessoas, situações e leis para ganhar algo a mais sobre a pele e a dignidade dos menos favorecidos. Muitas grande empresas tem essa política industrial. O único poder que a gente tem para reverter ou dissociar-se disso seria não comprar ou não beneficiar-se dos servidões dessas. Eu por exemplo não compro Nestlé, P&G, Nike, Novartis e os demais da lobby Big Pharma e dos que não acho éticos e se posso, evito qualquer tipo de financiamento. 

Penso as políticas dos países e dos bancos que exploram as áreas marginais do mundo e as que prejudicam o eco-sistema. 
Parecem todas coisas grandes. Mas ao final todas partem do fato e do ponto que, em algum momento da nossa vida, chegamos a aceitar, de propósito ou fechando os olhos, para nós ter o que queremos, que alguém, o nosso próximo, muito próximo, um “fratello” chegue a sofrer. Que tipo de felicidade pode incluir essas prevaricações? A felicidade também tem que ser justa, para ser maior. é importante ter a força e coragem de renunciar a algo de inferior, mesmo bom, para algo de maior. 







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