Grande Média e Crise Politica

A aguda crise político-econômica do Brasil e a participação dos meios de comunicação nessa crise não têm causas exclusivamente brasileiras. O fenômeno decorre de uma realidade global, que tem vitimado outros países. Já na Europa, em outros momentos, com a autonomização dos grandes meios (de comunicação) em relação aos meios políticos e o desenvolvimento da própria política, o cenário foi similar.

O que eu vejo é que o Brasil esteja passando um período semelhante ao período em que se instaurou a chamada “austeridade neo-liberal" em Portugal e Espanha, com intervenções do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu no início da década. Os países estão entre os primeiros a serem fortemente afetados pela crise de dimensões globais que se abateu sobre as economias mais frágeis da Europa – e que revelou ao mundo que o neo-liberalismo estava mais vivo do que nunca. Na Itália, esse processo, foi representado pelo governo de Silvio Berlusconi a partir de 2008.

Vejo aqui uma tradição autoritária, que vem da igreja católica e da formação autárquica, continuamente reproduzida, das instituições.  Nesse sentido se encaixa a questão da relação entre mídia e política, em que a mídia tem o papel de domesticar a população pela aceitação dessa nova fase do neo-liberalismo”.

Se a gente parar para reflectir, como teremos que considerar a “não regulamentação” dos meios de comunicação que estão aquando um papel “importantíssimo” no processo político atual e na crise política brasileira. Absurdo que um juiz, apenas uma pessoa só, possa bloquear WhatsApp. 

Parte da liberdade de expressão é garantir a diversidade das vozes. E em lugar nenhum, vejo, por exemplo, aberturas as opiniões estrangeiras sobre o mesmo Brasil. Onde está a pluralidade? 

O que está acontecendo no Brasil é um processo muito grande, que tem configurações próprias, nacionais, mas está dentro de um processo de expansão e reestruturação do neo-liberalismo nessa fase da globalização que, em cada país, se dá de acordo com sua cultura, não só no sentido geral, mas no sentido da cultura do sistema midiático, e que agora surge, com todo seu “esplendor”, nesta fase do conflito político.”

Internet, Google e Facebook, parecem janelas de pluralidade, mas também geram uma certa homogeneização, o que dá uma falsa impressão de espaço mais democrático. Eu sou cético quanto a isso.


Claro, o Marco Civil da Internet precisa ser protegido, porém precisariam muitas reformas a mais. Mas tristemente eu não vejo nenhuma vontade de reforma. Espero estar errado …

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