Rumo aos jogos olímpicos - sem alegria

Faltam poucos meses e,pela primeira vez na América do Sul, se acenderá a flama dos jogos olímpicos. E o Brasil, entre protestos, obras dificultosas e Aedes Aegypti, que a OMS definiu emergência sanitária mundial, está em plena crise de identidade. 

Dilma prometeu que não haverá perigo; porém sugere que as mulheres grávidas não venham para o Brasil. O povo, entre uma festa e outra, terminado às férias de Natal e,obviamente, o sagrado Carnaval, desce na rua. Mas será que os jogos serão mais uma? 

Qual cenário está nós leva nado lá? Como receber os 10.000 atletas de 200 países diferentes, 20.000 entre jornalistas e fotógrafos, inúmeros voluntários e 500.000 turistas? O ano passado perderam o trabalho 1,5 milhão de pessoas e o 2016 não promete melhoras. 

O FMI prevê um decréscimo do PIL de mais 3,5%, 3 vezes pior das estimativas de outubro. A situação é muito diferente de antes da copa do mundo de 2014. No 2013 o povo protestava contra o aumento dos transportes, contra um ineficiente sistema de saúde e,obviamente, contra os "políticos elegidos". Hoje esses pontos permanecem iguais, e a mais tem Zika. A raiva é altíssima. Lá estávamos no primeiro mandato Dilma e o PIL subia do 3%. Hoje está no vermelho profundo. Nunca assim nos últimos 25 anos. Sem esquecer que no 2010, quando Rio ganhou os jogos, estava crescendo do 7,5%. Hoje a crise è total. 

Serviriam reformas, a partir do sistema de previdência. Os brasileiros terminam de trabalhar 10 anos antes do que a média dos países OCSE e isso incide do 40% dentro já a maior folha para funcionários públicos do mundo. Mas o problema da "patologia social do concurso", no Brasil, não é apenas econômico: é mental. Uma reforma nesse sentido, portanto, é impensável; assim como imaginar que o ministro Barbosa conseguirá deixar aprovar uma taxa sobre as transições financeiras para reduzir a relação déficit/PIL próxima do 10%. 

Nesse cenário corremos contra o tempo e contra o orçamento até os jogos. O comitê olímpico nacional declarou que o 95% das obras está concluído, porém falta a mais importante para facilitar o fluxo olímpico: a Linha Amarela, metropolitana de 16 km. Tomara que der certo. Mas os custos? Já foram gastados 400 milhões de reais a mais do orçamentado e no complexo os gastos subiram de 28,8 bilhões R$ até 39,1 bilhões. 

Apesar disso, o prefeito de Rio, Eduardo Paes, que concorrerá as próximas presidências (antecipadas, na minha opinião), se declara satisfeito porque, explica, o 60% é coberto de privados (em troca de ..?). Sem falar que, alguns projetos, como a bonificação da lagoa de Guanabara, onde eram previstas as regadas de barcos, já se sabe que não virão finalizados. 

Claro, ficam os sonhos; a final os jogos são sonhos: como o do senhor de 93 anos de idade que quer participar as finais de tênis de mesa ou do Mohammed eKhatib, que na Cisjordânia, treina todos os dias em trilhas em risco de bombas para levar a flama até Atená. É o Brasil é a terra dos sonhos e da esperança. Porém, me parece, dessa vez, justamente, sem muita alegria.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Mudita - O princípio da felicidade

Pilotos cegos ao governo e...protestos

Crianças Mal Educadas (como rechonece-las) e Sentimento Civico