Sexo, droga e internet ... violência e comportamentos desviantes

Não serve fechar os olhos. A nossa sociedade, seja que seja chamada moderna ou post moderna e seja que seja global, geral ou local, é tão caracterizada por fenômenos desviantes que quase nem alarmam mais. Estes comportamentos estão se tornando tão comuns e penetrantes que no caso prevalecesse o traço de cultura brasileira do “fazer o que?” podem tombar rapidamente da resignação a indiferença a alienação, liberando instituições e famílias da responsabilidade educativa e de intervenção. Tanto ...” fazer o que?” ...é normal!

Os comportamentos desviantes são mais próximos a gente do que gostaremos nos dar conta. Mas não podemos fechar os olhos não. Me estou referindo a todos aqueles comportamentos que envolvem jovens, menos jovens e quem insiste a acreditar-se jovem não o sendo mais, ou seja: os pequenos crimes, a relação entre transgressão e desvio, a delinquência juvenil, o bullying, as novas formas de relação com as drogas (álcool incluído) e a perda do estigma referente ao seu uso, sobretudo entre pré-adolescentes e adolescentes; mas também aos comportamentos sexuais sempre mais desorganizados, antecipados, perigosos e perversos (a quantia de meninas gravidas entre 9 e 16 anos é assustadora (31%, ou seja 700.000 meninas, assim como o recurso a prostituição homossexual: o 70% dos pais de família que procuram prostituição é por veados); e mais aos homicídios e suicídios; a dependência do internet e o abuso de cirurgia plástica assim como de fármacos. Etc., etc., etc. Todas emendas que podem ser interpretadas apelando aos sentimentos de insegurança, isolamento, fragilidade narcisista, escassez de resiliência, resistência e "liquidez" dos laços sociais

É apenas sobre este último ponto que eu quero focar minha atenção. De fato, para refletir sobre esse tema, na minha opinião, devemos considerar o fato de que as muitas situações problemáticas desviantes, relacionadas com os processos de marginalização e insegurança produzidos pela atual (e não apenas atual) crise (e não exclusivamente econômica mas sobretudo cultural), não são adequadamente tratados pelas instituições e pela própria sociedade.

Essa dificuldade em focar-se sobre o problema depende do fato que vivemos em uma aldeia global, em que o domínio da dimensão cultural é de fato do indivíduo que, concretamente, vem liberado da sua responsabilidade civil e social de responder dos seus comportamentos para alguém e algo maior do que ele mesmo. Dessa maneira entram em crise os valores e as estruturas tradicionais como família, escolas e sistemas educacionais-maior, facilitando a implementação de comportamentos definidos desviantes. No programa radio Parla com Deny já aprofundamos como a família evoluiu da patriarcal a matriarcal a “filharcal”, de fato revertendo de um lado a hierarquia institucional e de outro o mesmo princípio de cumprimento das regras. E isso não é bom. Assim como já vemos a diferença e a distância entre a ideia de família ideal dessa região e a de fato. E nem isso ajuda.

Mas qual é a ligação entre o comportamento desviante, enquanto categoria sociológica mais do que uma categoria social, e sociedade? Como lidar com imperante anomia, ou seja a desintegração do tecido das relações sociais, ou a falta de "consciência coletiva"?


O ponto é que o forte condicionamento social, a falta de propostas de educação e formação, por um lado, e da fragmentação dos laços sociais e familiares, de outro, portanto, levam a um risco real a produção de personalidades facilmente condicionáveis, encistadas sobre si mesmas, esquivas inseguras, dispostas a assumir qualquer comportamento, mesmo negativo, se isso lhes permite alcançar os objetivos nem sempre acessíveis. É importante refletir sobre tudo isso antes de ser jogados fora do mesmo futuro. Continuamos aprofundando o tema segunda que vem em Parla com Deny. 

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