Da copa as eleições: o jogo da Comunicação.
Após Brasil-Alemanha botei no meu Facebook uma reflexão
pertinente. Seguiram vários comentários. Em particular veio uma longa troca com
o Sr. Fernando que criticava, rebatendo as minhas replicas ponto por ponto.
Paralelamente recebi alguns mail em privado: “mas quem é
esse cara? Como se permite? Teria que calar a boca”. E aí respondi: “pera aí,
calma, eu gosto que o Sr. Fernando expresse a sua opinião publicamente. Gosto
de quem me critica, argumentando, porque assim me ajuda a refletir. Talvez em
alguns pontos ele esteja mais certo do que eu e mudará minha opinião. Talvez o
contrarie. Talvez pudermos enxergar, ambos, que o certo está em um novo meio.
Em todos os casos podermos ser melhores”. Bem por isso, o Sr. Fernando se torna
um amigo; ele dialoga, expondo-se, integrando conhecimento e visões e não, como
sugerem os mail, um inimigo pelo fato que pensa diferente. Se prevalecesse a
logica rígida do: “é meu amigo quem pensa como eu penso” ou “se o meu amigo
pensa assim, também tenho que pensar assim” ou “é inimigo quem pensa
diferente”, qualquer troca de ideias não seria mais confronto, porem guerra.
Dar-se conta disso é fundamental agora que a copa acabou e
apesar de que o horário eleitoral teria que começar no dia 19 de agosto, a
campanha de propaganda politica já é exploratória batalha retorica. Só para ter
uma ideia de como está já sendo conduta: na 6ª Reunião de Cúpula do Brics que
está ocorrendo em território brasileiro, a presidenta Rousseff assinou com a Índia, no dia 16, três acordos
nas áreas de meio ambiente, processamento de dados de satélite e troca de
informações sobre cidadãos. Ela joga na mesa da internacionalidade. O alvo é á
credibilidade no cenário global. No mesmo dia, o candidato Neves (PSDB), admitiu,
pela primeira vez, que pretende rever o acordo que o Brasil fez com Cuba no
Programa Mais Médicos. Em sabatina criticou a gestão da adversária neste
pleito, dizendo que o governo brasileiro financia o governo cubano através do
programa, sendo que os médicos cubanos receberem cerca de 20% do que é
repassado ao invés de conformar-se aos nossos parâmetros. Ele joga na mesa da
Saúde. O alvo é o emocional. Contemporaneamente o candidato Campos (PSB) voltou
a tecer duras críticas à condução da política econômica pelo governo
sustentando que o governo estabeleceu uma receita econômica equivocada, tendo o
maior juro do mundo e a inflação maior que a média histórica dos últimos doze
anos. Ele joga na mesa da economia através. O alvo é o bolso da media-alta burguesia.
No mesmo instante (por acaso?) o Banco Central decidiu, por unanimidade, manter
a taxa básica de juros (Selic) em 11% ao ano: decisão que ocorreu mesmo depois
de ter elevado a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo de 6,1%
para 6,4%.
Resumindo, cada um se coloca em uma mesa diferente,
desenvolvendo e visando assuntos e alvos diferentes. Então pergunto. Se os três
se sentassem na mesma mesa temática, no mesmo momento, para o bem do mesmo
País, o que seria? Confronto ou guerra?
Comentários
Postar um comentário