Eleições 2014: como é que não vai ganhar assim?

Premissas: a) a questão é Moldo complexa. Por isso a abordarei de uma forma simples, b) Sou um observador político mas não um partidário. Tenho interesse por pessoas e sociedade: as suas história, desenvolvimento, saúde e destino. Meus raciocínios, portanto, não têm nenhuma finalidade, exceto compreender.

Daí a coluna de hoje, que nasce de uma boa conversa entre amigos no churrasco de fim de semana passado em que, com minha grande surpresa, era o único a sustentar uma tese para mim evidente e que hoje reproponho, preto no branco, para futura memória, ou seja: eu acho que a Dilma vai ganhar as próximas eleições, e como que não?

Para argumentar esta previsão poderia recorrer a vários raciocínios: político, econômico, sociais, estatísticos e até mesmo histórico. Alguns exemplos? a) as projeções Ibope indicam ela vencedora ainda ao primeiro turno com uma quota de 43 e 47% e os dados de popularidade a colocam entre os presidentes mais populares do mundo (mas não entre os mais amados), com um índice de valorização de 79%. b) Tem a possibilidade de exibir listas de dados em favor de seu mandato técnico como ninguém pude de seus antecessores: a taxa de desemprego é a mais baixa já registrada (5,6%); o otimismo empresarial é forte, os salários continuam a crescer (de maneira absurda e desproporcional);

as expectativas são altas e 35 milhões de pessoas foram retiradas da pobreza. c) O tabuleiro de damas geopolítico mundial também vê de bons olhos a continuidade e os governos que sobem com políticas sociais de esquerda mas governam com políticas econômicas de direta: as várias ajudas e subsídios são migalhas socialistas comparadas a privatização dos patrimônios energéticos e a adesão ao FMI. As recentes eleições no Chile, mesmo diferente do Brasil, ensinam muito sobre este ponto. d) A falta de adversários políticos com o mesmo impacto e calibre nos medias e/ou (re)conhecimento do povo. Quantos leitores conhecem quem é Aécio Neves (PSDB -MG), Eduardo Campos (PSB) e a ambientalista Marina Silva? Quantos os programas deles?

Os argumentos não faltam. E depois há a Copa do Mundo, que substancialmente não vai ter efeito nenhum sobre a economia mas é um púlpito potencialmente poderoso para declarar credibilidade para todo o mundo. Claro que também pode ser um bumerangue. Mas é o governo de fato que o tem nas suas mãos e lança.

Poderia argumentar com muitos assuntos técnicos a minha previsão sobre a re- eleição de Dilma. Mas quero faze-lo com duas considerações simples, populares, imediatamente obvias, na esperança de gerar discussão no blog.

A Dilma vai ganhar porque, apesar de que o país está em crise (queda do PIB; INSS quebrado - quem vai pagar pensões, subsídios e hiper-salários do futuro? - E o fantasma real de uma próxima explosão da inflação, conteúdo apenas pelas políticas rígidas e invasivas de controle - Lembre-se que apenas 20 anos atrás até a hiperinflação chegou a mais de 2.500 % ao ano; por isso muitas pessoas pensam que o sucesso do Brasil hoje só é possível porque foi controlado) as pessoas têm a percepção de um bom bem-estar alcançado, melhor do que o de há 30 anos, cada um respeito a sua condição. A pessoa não vê que o carro que está comprando agora por 30.000 R$, ao invés de 15.000 R$, por causa dos impostos, não comporta apenas dar mais brilho à sua situação socioeconômica capturando o olhar dos vizinhos, mas também é causa, provavelmente, da redução dos salários futuros de seu filho, se encontrará o trabalho para o foi apoiado a estudar (por que? Por paixão ou para os salários? Lembra-se que daqui as 10 anos estes salários de hoje vão ser apenas uma lembrança. Impossíveis a repetir).

Em outras palavras, as pessoas poderiam mesmo tranquilamente querer mudar o piloto, mas: a) não quer mudar de direção, pois nunca foi tão boa, b) não há ninguém que oferece outra. Nenhum político tomaria o azar de propor novas regras para cuidar da casa, provavelmente impopulares, quando a festa está em andamento. c) Não há ninguém que pode competir com o impacto mediático da Dilma, em um país onde a educação é feita mais pelas novelas que pelas leituras.

Em geral, para analisar uma re- eleição devem levar-se em consideração os seguintes fatores: inércia (a percepção de seu trabalho anterior); uma boa administração; simpatia; força do símbolo; fragilidade de seus adversários.

E aí?

A Dilma tem a inércia a favor. Faz a mais bem avaliada administração de história do Brasil em momento igual. Goza do respeito e do afeto de mais de 80% da população. É a primeira mulher a chegar à Presidência. Contrapõe-se a candidatos regionalmente circunscritos e de agenda limitada.

Pessoalmente não vejo como não vai conseguir ganhar - ou seja … o veria mas o Brasil não está ainda naquela fase -  Então, como é que não?

P.S.






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