Estrangeiros em smo e no parla: as culturas diferentes

O ultimo programa parla con deny deu um pouco de polemica. Na mesa do programa participaram alguns estrangeiros que moram em smo; 2 argentinos e um haitianos. 
Em escutar as vivências e as considerações a respeito de algumas dificuldades de adaptação e diferenças de hábitos, alguns miguelestinos se sentiram ofendidos, levando sentimentos íntimos de outras pessoas a pessoal. 

Mas me permitam lembrar algo chave: para evoluir, ter harmonia e alcançar a paz, social e intima, é preciso minimamente buscar entendimentos de todos os lados. 
E de fato, para que este entendimento seja real, é fundamental partir dos fatos. 
E o fato que para essas pessoas SMO seja, pelo menos importante, de um ponto de vista pessoal,  e valorizado, de um ponto de vista cultural, fica evidente pelo fato que essas pessoas decidiram morar aqui; e estão morando aqui. 

Portanto acredito não seja o caso de ficar ressentidos diante algumas diferenças de estilos de vida ou de idiossincrasias com a cidade. Inclusive porque “não gostar de alguns aspectos típicos da cidade”não é prerrogativa de um estrangeiro. 
E a mais, me pareceu que mais do que verdadeiras diferenças culturais, os participantes evidenciaram dissonâncias a respeito de hábitos diferentes. 

Ao final, muita pouca coisa: como por exemplo as maneiras de fazer festa e os horários em que comer. Mas esses são hábitos, não diferenças culturais como poderiam serem a maneira de construir e respeitar as leis ou as regras de funcionamento e relacionamento coletivo e intimo; a maneira de educar os filhos e o significado que os dispositivos como “família”, “grupo, “religião”, “política”, tem e os seus consequentes valores. 

O ponto é que entender uma diferença cultural não é simploriamente classificar uma diferença de hábitos como comer todos juntos compartilhando o mesmo único prato (como na Africa), ou picar a mesma comida distribuindo-a para cada um e para todos (como no churrasco brasileiro) ou que cada um tenha sua própria porção individual independente e indiferente de todos os outros (como no individualismo europeu). Uma cultura é algo de complexo: um sistema de soluções enraizado e profundo dentro cada um de nós que envolve a mesma maneira de viver o espaço, o tempo, as ideias, os valores e até mesmo as relações e os afeitos. 

O que caracteriza uma ‘cultura" é o entendimento profundo de toda uma visão do mundo, da maneira de le-lo e soluciona-lo; e a maneira com o que fazemos isto, basicamente, define que somos, porque, implicitamente a gente se reconhece e constrói a partir de como lê a realidade exterior e a resolve, a soluciona, a encara, para sobreviver. 
O produto deste processo de adaptação, que leva em conta experiências históricas, coletivas e intimas, é a nossa identidade, como gente e como indivíduos. 
E para construir essa identidade nos usamos os ferramentas que a nossa cultura nos disponibiliza; os usamos de maneira automática e natural para ler e resolver a realidade do nosso mundo, e conforme a como a resolvemos, reproduzindo soluções, definimos já a configuração dos próximos problemas, ou seja damos um rumo ao futuro da nossa cultura por meio da sua reprodução. Esses ferramentas são seja biológicos que construídos pelo ser humano: o maior e mais poderoso dos quais, é a língua. 

Vou fazer um exemplo rápido: você acha que um peixe se dá conta de ser molhado? se definiria molhado? Não. Porque ele nasceu e vive dentro uma realidade que para ele é algo de natural e absoluto, não conhecendo outra sensação existencial, outra maneira de viver. Agora imaginem que alguém, forçosamente, tire esse peixe da agua e deixe ele se secar. No momento em que o peixe conhecer e experimentar a sensação nova de estar seco, criará automaticamente, por contraposição, a categoria do molhado. E isso vai desnortear ele e, depende do de como encara essa nova realidade dele, vai se sentir maior (com mais recursos e sensações) ou menor (sem certezas ou seguranças), em termos de capacidade de sobreviver. 

E isso basicamente acontece cada vez que as cultura entram em contato, se misturam e se transformam: seja que tenha a ver com um processo de migração, seja que tem a ver com um processo evolutivo (de criança a adolescente a adulto). Isso não é fácil para ninguém. nem para voce. 
Precisamos respeito e dialogo: entendimentos de todos os lados 

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