A vida é complicada; ou não ...

É complicado” é uma maneira de dizer, uma gíria de linguagem, enraizada, que se usa perante inúmeros comuns acontecimentos do dia a dia ou de particulares fases da vida. 
Muitos "acham" (e sentem), de fato, que a vida seja "complicada". 

Por quê? 

Porque se deparam com decepções, frustrações, tédio, perdas, tristezas e até mesmo sofrimentos...e vivem todos estes estados como fossem falimentos a respeito de uma vida ideal, progressiva, perfeita, construída por mitos, muitas vezes erguidos sobre preconceitos ou imagens ideias produzidas pelos medias, e comparações seletivas com casos de pessoas que, sem duvidas, parecem, de uma perspectiva externa e superficial, mais resolvidos e felizes. 

Bom, eu "acho" que estes sentimentos (tristezas, perdas, tédio, frustração e até mesmo sofrimentos) fazem parte da vida. 
Portanto não "acho" a vida "complicada”: não definiria a vida complicada. Todos estes estados fazem parte da vida. Não são algo de não natural, desumano ou doente. Fazem parte da vida. 

Conforme a esse entendimento não "acho" a vida “complicada”: "acho" a vida "vida".
E enquanto tal cultivo estes estados, quando vem a hora deles, como forma de aprendizagem de mim mesmo e respeito á vida toda, na sua plenitude e no seu mistério. 

Qual é o problema? Ao final se tem sombra é porque tem luz. 

No ultimo programa radio Parla con Deny (Audio programma PcDy  e Video no Facebook) o pastor Ildo da igreja luterana comentou que o homem não foi criado para a morte. 
Bom, eu me permito de descordar completamente. 
O homem, no sentido de ser humano e até mesmo ser vivente, como todos os seres viventes, são já inerentemente programados para morrer. Todos começamos morrer já desde o momento que nascemos. 
Uma morte biológica (degeneração celular, necrose e atrofias regulamentam e organizam os nossos fenótipos), fisiológica e até mesmo psicológica. Nós moremos em cada escolha que não fazemos; em cada mundo possível que não podemos viver em troca de fortalecer o nosso mundo possível. 
Nós morremos em cada perda que inevitavelmente acompanha as nossas conquistas. 


O falimento e infelicidade que consegue não depende do viver tudo isso mas da negação ou da fuga desses estados como se tivéssemos o direito de não senti-los. 

Basicamente como se pretendêssemos de nós de não serem humanos, negando essas partes de nós para nós mesmos e para os outros como se tivéssemos que ter vergonha. 

Eu não "acho" complicado permitir-se serenamente esses estados. "Acho" complicado viver no mito da felicidade como algo de desumano. 

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