Apaxionar-se, amar e nascer

Nós nós apaixonamos quando estamos prontos para mudar. Porque somos transformados interiormente; porque o mundo mudou em torno de nós; porque não conseguimos mais realizar nossos desejos ou para expressar o nosso potencial. Por isso procuramos alguém para que nós mostre o caminho e deixe-nos desfrutar de uma nova maneira de ser. 

Portanto, podemos “cair no amor” em qualquer idade, mas especialmente nas curvas de nossas vidas. Quando passamos da escola primária ao colégio á faculdade; ou quando mudamos de emprego. Com quarenta anos, cinquenta, sessenta ou setenta que seja. Ou quando a velha relação está já desgastada, ou o mundo mudou e nós procuramos um novo equilíbrio com ele.

Então, ficamos apaixonados para aquela pessoa que, no período muito particular em que estamos predispostos a se apaixonar, com o seu comportamento, com seus sentimentos e beleza, com os seus valores e atitudes, com a vida que ela já viveu, com seus sonhos e sua dinâmica, faz-nos sentir que, juntos a ela, podemos realizar o nosso potencial, satisfazer os desejos amadurecido dentro de nós e pegar o rumo para nós melhorarmos, com nós mesmos e os outros. Então sentimos uma atração irresistível e a necessidade de nós mesclar espiritualmente e fisicamente com ela. 

Eu comparo o processo amoroso a um quebra-cabeça: as características da “pessoa amada” são os fragmentos decisivos que revelam, em um instante, todo o desenho geral. A busca pode ser muito longa, mas a revelação é repentina. 

Porém apaixonar-se é diferente de ter uma queda. A queda é quando nós, atingidos por algumas das características, temos a impressa de entender todo o quadro, mas não é verdade. Fora de metáfora, temos a impressão de ter encontrado uma pessoa maravilhosa, extraordinária e única. Mas após pouco tempo, percebemos ter errado e sentimos a necessidade de retomar a pesquisa.

Mas como você reconhece a diferença entre estar de verdade apaixonado ou a queda? Simples, estudando os sentimentos que você tem quando você estiver longe do amado. Não é suficiente o desejo obsessivo insistente de revê-lo novamente, precisar sentir-se dizer “te amo” ou fazer amor. Quando você está realmente apaixonado, a simples ideia de não ser mais amado te deixa com pânico; em desespero, porque você coloca nele o mesmo principio existencial necessário para sobravviver. E cada vez que o encontra é como voltar para casa depois de um exílio de milhares de anos; sentir-se como um bebe que, assustado de terror, finalmente, encontra refúgio nos braços de sua mãe. Uma doçura sem fim, molhada de choro; a sua mesma essência se derrete, como um líquido, dentro algo que é ao mesmo tempo ele/a, vocês dois e o mundo inteiro.

Encontrar-se no amor é nascer. Um estado nascente. Voltar ao mundo. 
Mais uma vez. As vezes a primeira.

Mas bem por isso, o amor nunca existe em apenas uma direção. Não é amor todas as vezes que um sente: “eu a/o amo mas ela/e não”. O nascimento é plenitude. Por isso o amor tem que ser reciproco. Com vivência reciprocas. 
Não iguais mas reciprocas.

Porque tudo o que te pode permitir da nascer ou renascer também pode te matar. 

Por isso não se pode impor o próprio amor como fosse certo. Tentar de impor o nosso sentimento de amor para que nós podermos nós sentirmos vivos sem que o outro senta reciprocamente as mesmas coisas ou saiba acolher a forma com a  qual precisamos vir ao mundo, seria como tentar entrar dentro uma casa com portas fechadas, onde dentro tem muita vida e movida, porém não a nossa. Não importa se acreditamos ter sido convidados. O que conta é se as portas se abrem ou não pra nós. E se é não, não adianta insistir. 

O amor como a vida é doação e perdão. Não se conquista. Se recebe e se doa. 

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