Historia de ordinario boicote feminino: Mitologia de Helena

Uma mulher (Maria) e um homem (Joao) estão conversando; ou passeando na rua; ou tomando café/sorvete/cerveja. 
Helena observa a cena: e pensa .. e comenta .. “é uma caso”! 


O que podemos deduzir/dizer sobre Helena? 
Ela viu nessas interações um caso: algo de sexual, algo de secreto, algo malicioso, tendencioso ou mentiroso. 
E comentando e espalhando torna essa visão instrumento de descredito; carimbo de uma verdade relativa. 


Mas paramos e refletimos. 
Helena está, de fato, falando de quem? Descreditando quem, na verdade? 
Por acaso alguém outro vê nessas cenas, em si mesmas, cenas de casos? 
Algo sexual? 


Conforme ao principio da projeção, mecanismo psicológico bem básico e simplista, não se pode ver nos outros o que não se tem dentro; tanto é que, a maioria das vezes, as pessoas atribuem, forçosamente, alguns aspectos e traços de personalidade ás outras porque não aguentam admitir que essas caracteristicas “terríveis” estão nelas mesmas: e as marcam. 


Bom, Helena vê em uma conversa, em um passeio, em uma simples proximidade e encontro entre um homem e uma mulher um caso. 
Se não acredita nessa leitura, mas a divulga para destruir, tudo bem, é apenas uma malvada que quer machucar: algo banalmente comum. 
Mas se ela acredita no que comenta, o que é mais interessante, o que está dizendo de si mesma? 


Conforme ao mecanismo da projecção, ela está dizendo que o único valor que ela conhece, porque é o único que sabe reconhecer, sendo que o único que ela sente de ter, é o corpo. Que, consequentemente, a única forma de sobrevivência e afirmação que ela tem no mundo é usar o corpo. A única coisa que a torna interessante. 
Tanto é que a maioria das vezes, essas “Helenas”, são mulheres elegantes, sempre arrumadas, que curam muito o corpo, indo na academia, no salão e da nutricionista, ou fazendo cirurgias; são mulheres bonitas, amáveis nas conversas, sempre prontas a oferecer chimarrão, porque, justamente, gostam de “estar dentro o corpo da sociedade”. 
Se conseguirem e tiverem possibilidade, são mulheres que gostam de ter pontos comerciais, assim de puder colocar o próprio corpo fisico no meio do corpo social, tendo aquela sensação de penetração existencial dentro a sociedade que culmina em um auge de poder e de prazer. Um clímax fisico onde espelhar-se e sentir-se: corpo individual dentro corpo social. 


Sim, porque qual é a mais fácil maneira de usar o corpo como instrumento de sobrevivência? Obviamente o sexo. 

E toda a industria da beleza e a industria cultural do entretenimento, nada são que dispositivos e cultos que fortalecem essa visão: que a mulher tem como valor e como recurso para sobreviver na sociedade e afirmar-se como pessoa, o corpo. 
E o clímax do corpo é o sexo. 


Beleza, o que de fato não deixa de ser, tristemente, também, uma verdade … 
Mas o que dizer de quem enxerga apenas este valor? Exclusivamente esse valor? Somente corpo em cada coisa? 
Sexo por trás de qualquer encontro, de qualquer conversa, de qualquer troca … 
Como psicólogo e antropólogo vejo como é duro para uma mulher evoluir em contextos de baixa densidade cultural. 


Como ser humano fico triste vendo como as mulheres conseguem boicotar—se sozinhas. 
Todas as vezes que vejo mulheres interpretado, comentando e aceitando essas leituras dos seres humanos, fico muito triste por elas. 


Os homens também pensam e comentam isso … mas eles porque teriam que mudar? Para os homens é confortável ter mulheres que se acham apenas corpo e se propõem dessa forma para eles. De que mundo o mundo a burrice gosta de si mesma; se basta; não tem ambição a suicidar-se procurando inteligência. 


Quem tem que quebrar os paradigmas é quem sofre os paradigmas, não quem se beneficia desses. 


Então que cidade, comunidade, sociedade constrói Helena? Onde ela vive? Será que está entre nós?


Ao final, teriam que serem as mulheres a tomar posição perante as mesmas Helenas, para não sofrer mais por si mesmas.

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