Cultura do estupro e silencio (Parliamo)
O estupro e o assassinato da mulher são as formas extremas de sexismo e, apesar da Constituição, das leis, da Maria da Penha e dos valores alardeados da democracia, incarnam uma profunda, enraizada, cultura patriarcal que ainda resiste em reconhecer a mulher como uma pessoa. A mulher ainda permanece nos neurônios culturais da maioria, incluindo infelizmente as mesmas mulheres, como uma função sexual e procriadora: é o corpo do prazer, do cuidado e da continuidade da espécie e do patrimonio. De fato seja o cristianismo que o direito de família regulamentam isso. E os dois baseiam os seus arquitraves epistêmicos sobre a ideia da mulher enquanto ser sub-humano, frágil, a ser tutelado e defendido dos impulsos ruins. A família, nesse sentido, alem de um dispositivo de garantia de transmissão da propriedade seria, também, um lugar/dispositivo de proteção para a mulher. Mas a evidencia das crónicas diárias demostram que não é assim não. A mulher, encaixada em m...