De Charlie Chaplin a Charile Hebdo: ninguém mate a liberdade de expressão


Arrombaram na redação do Jornal Charlie Hebdo gritando "Allah akbar". Reuniram os jornalistas em um quarto e abriram fogo. Depois viraram e após ter matado um policial a sangue frio, fugiram e sumiram no bairro de Paris Ile-de-France; imediatamente e raivosamente começou a caça aos terroristas até captura-los algumas horas depois. São os três momentos fundamentais do ataque implantado ao jornal satírico francês, conhecido por seu estilo irônico e provocativo. Foi um massacre: 12 mortos

Pessoalmente estou profundamente chocado. Profundamente. Assim como o ataque as Twin Towers do 11 setembro foi a acometida ao coração da civilidade ocidental no seu motor simbólico que é a economia, esse ao Charlie Hebdo foi um ataque planejado ao valor fundante do seu princípio de liberdade que é a liberdade de expressão, assim como instituído em todas as constituições dos países liberal-democráticos e das sociedade pluralistas. E isso doe ainda mais, se possível. Um pesadelo ontológico que vive em todas as lembranças de repressão e censura a sátira e as charges de todas as épocas e regimes: da inquisição da igreja católica que queimava os livros de ciências e de livre pensamentos, a sátira de Voltaire e Chevalier, aos filme “Grande Ditador” de Charlie Chaplin que satirizava sobre Hitler e Mussolini e que foi proibido na Alemanha, Itália, Argentina e Brasil até o filme “A Entervista” que está criando complicações diplomáticas entre USA e Corea do Norte pelas referências ao ditador King Jong-Um, até chegar a “tradição” sul-americana de queimar livros e perseguir a imprensa desacreditadora dos poderosos, algo que já foi perpetrado de maneira documentada pelos presidentes argentinos Kirchner, Duhalde, Alfonsin e Menen, o brasileiro Getulio Vargas, o general Duran do Ecuador, até os notáveis Pinochet e Chavez, etc.

Um crime, o contra a liberdade de expressão, que vai além dos vários códigos de todas as jurisprudências do mundo e da história: é um crime contra a mesma dignidade do Ser.

Porém, referente ao ataque de Paris, quero convidar aos cuidados respeito as reações emocionais islamofobicas e as instrumentalizações políticas. De fato, cada vez que o status quo ocidental vive fases de crises econômicas dramáticas surgem violentos e ferozes movimentos e partidos extremistas de direta, racistas, homo fóbicos, nacionalistas, etc. Assim como aconteceu nos anos ’30 do século passado. Isso me preocupa. Nós vivemos em uma sociedade aberta e pluralista baseada sobre a tolerância. Não existem bons de um lado e malvados de outro. Esse atentado foi condenado de todos os lados. Islã incluído. Por isso não tem que se tornar um presente para o EFE (movimento islã-fóbico alemão) e os demais movimentos racistas, antissemita, ante liberais e nacionalistas. Não é fechando as barreiras físicas e econômicas e erigindo as do ódio e do medo que se resolvem as questões globais das diferenças e das migrações. A solução para um equilíbrio de paz é de um ponto de vista macro, precipuamente política, no sentido bom do termo, ou seja é dialogo. E de um ponto de vista pessoal é tomar a atitude de não julgar ninguém até conhece-lo. E isso vale pra cada um de nós e pra qualquer preconceito. Chega de preconceito. O preconceito é o traficante que arma as mãos de quem mata. Você quer isso perto ou dentro da sua casa? 


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