A favor do parto natural


Vejo bons sinais respeito à evolução da dignidade das mulheres e dos cidadãos que dizem respeito à consciência e a pretensa em serem si mesmos e dos próprios direitos, inclusive o do bem-estar. Através de um crescente e difundido conhecimento se está sempre mais quebrando aquela corrente que leva o povo a ficar atrás das autoridades que gerenciam o poder do tecnicismo e do medo de maneira cobiçosa e interesseira. 

Por exemplo: algo se está mexendo respeito à cultura popular acrítica de recorrer preferencialmente ao parto cesáreo em lugar do parto natural. 
Nesse sentido, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicaram, no dia 7 de janeiro, uma resolução que estabelece normas para o estímulo ao parto normal e a consequente diminuição das cesarianas desnecessárias na saúde suplementar. As operadoras terão 180 dias para se adaptar às mudanças. 

Essa medida antecipa (ou segue) a advertência que a Organização Mundial da Saúde (OMS) perpetrou oficialmente ao Brasil nesta semana, exatamente no dia 14 de janeiro de 2015, onde critica o uso desproporcionado e irresponsável do recurso ao parto cesáreo. Em particular, apontou contra o Sul e o Estado do RS, onde, de acordo com o levantamento realizado no período de janeiro a outubro de 2014, as cesarianas realizadas ultrapassaram três vezes o limiar recomendado da mesma OMS. Mas essa óbvia questão de dignidade e respeito (para a mulher, para a criança, para a natureza ou para aquele sentido divino, seja qualquer seja, que cada nascimento tem e tem que ter) que passa através do parto natural, ainda gera polêmicas e questionamentos na base reverente das mulheres e os dos demais que enxergam a evasão ou a obnubilação da dor como um remédio experto aos planos da natureza. 


No meu comentário diário que passa na rádio 103 todas as manhãs (Minuto Parla con Deny sobre o parto – veja Parla con Deny - no Facebook) já chamei a atenção sobre o costume de procurar ou aceitar acriticamente e incondicionalmente o cesáreo ao invés do parto natural. Só para que saibam, em todo o resto do mundo a cesárea é considerada uma medida de emergência, no momento em que a mãe tem problemas médicos ou de dilatação ou o neném arrisca sufocamento: “coitadinhas de quem tem que fazer a cesárea”. Essa é a reação. E porquê? 

A dor do parto, além de passar um segundo depois do parto mesmo, graças a natural oxitocina produzida pela mãe, é muito útil para a formação do ser humano que vem ao mundo, enquanto a mesma superação daquela dor cria um ser humano mais forte e mais preparado a enfrentar a vida. Sem a dor do parto a criança vai tornar-se um ser mais frágil, mais vulnerável, mais exposto, inclusive na vida de adulto, as dores, frustrações e doenças enquanto despreparado e inexperiente a superação da dor do nascimento, que, repito, é algo natural. O desafio a vir ao mundo é preparatório à superação de todos os outros desafios: aquela dor fortalece aquele ser humano que nasce, seja de um ponto de vista psicológico ou biológico, e inclusive fortalece e melhora a relação do nenê com a mãe, que compartilham a superação do trabalho a nascer: mãe que se recorre à cesárea por medo de ter dor, vai inevitavelmente colocar esse medo no filho, prejudicando-o muito. Vale, enfim, a pena lembrar que a cesárea não é mais saudável ou segura que um parto natural. Inúmeros dados da OMS o demonstram e confirmam. 

A forte razão do por que se recorre tanto à cesárea é porque alguns médicos exploram o medo e a falta de conhecimento das pessoas para preencher as agendas deles e, assim, lucrar mais. De fato, não existem outras vantagens para a cesárea e é uma pena que as futuras mães entreguem o futuro do filho e da relação em troca da ilusão de uma facilitação.

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